quinta-feira, 10 de abril de 2008

Lógica Total



Me impressiona a distorção da lógica ao bel-prazer de quem a aplica.

O ser humano é assim : Uma coisa é uma coisa; Outra coisa é outra coisa (mesmo quando uma coisa = outra coisa)

Acompanhe o trecho abaixo extraído do livro "People, Property or Pets ?" - editado por Marc Hauser et al. (2006)

"The anti-cruelty laws, going back to the Bible, rest on two distinct moral concerns. One, known in the rabbinical tradition as "tsaar baalai chaim", essentially expresses the view that suffering of all living things is inherently evil and needs to be regulated. The other, largely emphasized by Thomas Aquinas, focuses on the psychological insight that those who would hurt animals frivolously, if allowed to do so unchecked, will graduate to abusing people. (Aquinas took such a view and not the other since Catholicism does not allow a direct moral status for animals, who lack an immortal soul). Western society, including our own, has been dominated by the latter view. This view, expressed in many statutes and supported by psychological research of the last two decades, reiterates Thomas´s position that those who are permitted to abuse animals "intentionally", "sadisticaly", or "willfully" in deviant ways, as the anti-cruelty laws usually say, will tend to abuse defenseless people. This has been shown to be true of wife and child abusers, serial killers, violent offenders incarcerated in Leavenworth federal prison, and many of the young schoolchildren who have rampaged and shot their peers. Further, these laws specifically exclude from their purview anything accepted as standard practice in any industry "ministering to the necessities of man". Thus, no standard agricultural practice, however painful or offensive to normal moral sensibilities, can be prosecuted under the cruelty laws, nor could any "scientific" experiments, however absurd or useless. (One scientist determined the LD50 for distilled water, i.e. the dose that kills 50 percent of the experimental animals to whom a substance is administerd. Since distilled water is nontoxic, he evaluated the dose that caused internal bursting of water-logged organs!) Thus, neither hot-iron branding of cattle nor confinement of veal calves is, or could be, by definition, legally cruel! In other words, the purpose of the cruelty laws is to seek out deviant and sadistic behavior towards animals that might identify sadists and psychopaths, who are a danger to people, not to minimize animal pain and suffering. And since the vast majority of animal suffering is not the result of "willful, deliberate, intentional, sadistic, deviant behavior" but rather comes from perfectly normal decent motives such as curing disease or producing cheap food or protecting the public from toxic substances or understanding disease processes, the vast majority of animal suffering is invisible to the anti-cruelty laws and ethics". (Bernard E. Rollin)

Tradução livre :

As leis anti-crueldade, desde a Bílbia, baseiam-se em dois princípios morais distintos. Um deles, conhecido na tradição judaica como "tsaar baalai chaim", essencialmente manifesta o ponto de vista de que o sofrimento de todas as coisas vivas é inerentemente maligno e precisa ser regulamentado. O outro princípio, amplamente enfatizado por Tomás de Aquino, atém-se ao conceito psicológico de que aqueles que podem ferir animais sem motivos concretos, se deixados à essa prática sem controle, irão evoluir para o abuso de seus semelhantes. (Aquino adotou este ponto de vista e não outro, uma vez que o catolicismo não concede um status moral direto para animais, os quais são desprovidos de uma alma imortal). A sociedade ocidental, incluindo a nossa, tem sido dominada pelo último ponto de vista. Esta visão, expressa em muitos estatutos e suportado pela pesquisa psicológica das duas últimas décadas, reitera a posição de Tomás de Aquino que aqueles a quem se permite abusar de animais 'intencionalmente", "sádicamente", ou "dolosamente" em formas degeneradas, como normalmente dispõe as leis anti-crueldade, tenderá a abusar futuramente de pessoas indefesas. Isso tem sido demonstrado como verdadeiro para molestadores de crianças e esposas, assassinos em série, agressores violentos encarcerados na prisão federal Leavenworth, e em muitos dos adolescentes que atiraram ou foram violentos com seus colegas de colégio. Ademais, essas leis especificamente excluem de seu horizonte de interesse qualquer coisa aceita como convencional em qualquer indústria "voltada às necessidades humanas". Assim, nenhuma prática agrícola convencional, não importa se dolorosa ou ofensiva às sensibilidades morais normais, pode ser indiciada sob as leis anti-crueldade, nem podem da mesma forma, serem indiciados experimentos "científicos", não importa quão absurdos ou inúteis. (Um cientista determinou a LD50 para água destilada, i.e., a dose necessária para matar 50% dos animais a quem uma substância é administrada. Uma vez que água destilada não é tóxica, o experimento permitiu que ele inferisse a dose que causou ruptura de orgãos saturados de água!). Assim, nem marcação com ferro em brasa de gado, nem confinamento de bezerros para produção de vitela é, ou pode ser, por definição, legalmente cruel! Em outras palavras, a proposta das leis anti-crueldade é identificar comportamento deturpado e sádico de pessoas em relação a animais, os quais podem permitir a identificação de sádicos e psicopatas que venham a ser perigosos ao público, e não minimizar dor e sofrimento animal. Como a vasta maioria do sofrimento animal não é o resultado de "comportamento doloso, deliberado, intencional, sádico e deturpado" mas senão consequência de motivações perfeitamente decentes e morais tais como a cura de doenças ou produção de comida mais barata ou proteção da comunidade à substâncias tóxicas ou compreensão de processos patológicos, a grande maioria do sofrimento animal é invisível à Ética e leis anti-cruledade.

Link complementar :

http://www.animallaw.info/articles/ddusicacl.htm

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