quarta-feira, 30 de abril de 2008


"Faith may be defined briefly as an illogical belief in the occurrence of improbable. A man full of faith is simply one who has lost (or never had) the capacity for clear and realistic thought. He is not a mere ass: he is actually ill."

H.L. Mencken (1880 - 1956)

Tradução livre :

Fé pode ser brevemente definida como a crença ilógica da ocorrência do improvável. Um homem pleno de fé é simplesmente aquele que perdeu (ou nunca teve) a capacidade de raciocínio claro e realista. Ele não é simplesmente um asno: ele está na verdade doente.

O credo e a felicidade


"The fact that a believer is happier than a skeptic is no more to the point than the fact that a drunken man is happier than a sober one"

George Bernard Shaw (1856 - 1950)

Tradução livre :

O fato de que um crente é mais feliz que um cético não é distinto do fato de que um bêbado é mais feliz que um homem sóbrio.

Pálido ponto azul


Estava eu deitado hoje vendo alguns filmes sobre cosmologia e astrofísica (assunto que muito me interessa) e assistindo-os, algumas lágrimas me vieram aos olhos. Não lágrimas de tristeza, mas sim, de reflexão.

Somos nada.
Somos absolutamente nada.
E achamos e nos comportamos como se fossemos a maior representação de magnificência da natureza.

Nesse instante de reflexão, me lembrei do livro de Carl Sagan (1994), "A blue pale dot" (Um pálido ponto azul) e de um texto do autor referente a uma foto obtida pela Voyager 1 que tinha como missão fotografar os planetas de nosso sistema solar.

A foto em questão é uma foto do planeta Terra, tirada pela Voyager 1 a meros 6,4 bilhões de quilômetros de distância (foto obtida com o uso de filtros para o verde, azul e violeta).

O texto a seguir (e sua tradução livre) deveria tocar cada um de nós no mais profundo recanto de nossa consciência induzindo-nos a refletir o que somos, como o somos e porque continuamos comportando-nos dessa maneira.

O texto a seguir expressa em sua maior plenitude o título que denomina este blog: o absurdo humano.

http://www.youtube.com/watch?v=p86BPM1GV8M

"Look again at that dot. That's here. That's home. That's us. On it everyone you love, everyone you know, everyone you ever heard of, every human being who ever was, lived out their lives. The aggregate of our joy and suffering, thousands of confident religions, ideologies, and economic doctrines, every hunter and forager, every hero and coward, every creator and destroyer of civilization, every king and peasant, every young couple in love, every mother and father, hopeful child, inventor and explorer, every teacher of morals, every corrupt politician, every "superstar," every "supreme leader", every saint and sinner in the history of our species lived there-on a mote of dust suspended in a sunbeam.

The Earth is a very small stage in a vast cosmic arena. Think of the rivers of blood spilled by all those generals and emperors so that, in glory and triumph, they could become the momentary masters of a fraction of a dot. Think of the endless cruelties visited by the inhabitants of one corner of this pixel on the scarcely distinguishable inhabitants of some other corner, how frequent their misunderstandings, how eager they are to kill one another, how fervent their hatreds.

Our posturings, our imagined self-importance, the delusion that we have some privileged position in the Universe, are challenged by this point of pale light. Our planet is a lonely speck in the great enveloping cosmic dark. In our obscurity, in all this vastness, there is no hint that help will come from elsewhere to save us from ourselves.

The Earth is the only world known so far to harbor life. There is nowhere else, at least in the near future, to which our species could migrate. Visit, yes. Settle, not yet. Like it or not, for the moment the Earth is where we make our stand.

It has been said that astronomy is a humbling and character-building experience. There is perhaps no better demonstration of the folly of human conceits than this distant image of our tiny world. To me, it underscores our responsibility to deal more kindly with one another, and to preserve and cherish the pale blue dot, the only home we've ever known."

Carl Sagan (1934 - 1996)

Tradução livre :

Olhe novamente para esse ponto. Esse ponto é aqui. Esse ponto é nosso lar. Esse ponto somos nós. Nele, cada um que você ama, cada um que você conhece, cada um de quem você ouviu falar, cada ser humano que algum dia existiu... viveu seus dias. O conjunto de nossas alegrias e tristezas, milhares de religiões apaixonadas, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e forrageador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de uma civilização, cada rei e campones, cada jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, cada criança esperançosa, inventor e explorador, cada professor de moral, cada político corrupto, cada "astro", cada "líder supremo", cada santo e pecador da história de nossa espécie, viveu nele - em um insignificante ponto de poeira suspenso sob um raio solar.

A Terra é um episódio muito pequeno na vasta arena cósmica. Pense nos rios de sangue criados por todos aqueles generais e imperadores os quais, pela glória e triunfo, tornariam-se mestres momentâneos de uma fração desse ponto. Pense nas crueldades intermináveis sofridas pelos habitantes de um canto desse pixel aplicadas pelos quase indistiguíveis habitantes de um outro canto... quão frequentes foram os mal-entendidos, quão ávidos estavam eles para matar uns aos outros, quão fervorosas foram suas iras.

Nossa conduta, nossa ilusória auto-importância, o engano que nós alimentamos de ter alguma posição privilegiada no Universo, é desafiada pela observação desse pálido ponto luminoso. Nosso planeta é uma partícula solitária envolvida pela imensa escuridão cósmica. Em nossa ignorância, em toda essa vastidão, não existe qualquer pista de que algum auxílio virá de algum lugar para salvar-nos de nós mesmos.

A Terra é o único mundo conhecido até agora que abriga a Vida. Não existe qualquer outro lugar, pelo menos a curto prazo, para onde nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Instalar-se, não ainda. Goste você ou não, no momento a Terra é onde nós estamos estabelecidos.

Já foi dito que a astronomia é uma experiência dignificadora de carácter e de humildade. Talvez não exista melhor demonstração da insanidade de nossos conceitos humanos do que esta distante imagem de nosso pequeno mundo. Para mim, ela determina nossa responsabilidade em tratar com mais gentileza um ao outro, e preservar e tratar com carinho este pálido ponto azul... o único lar que nós conhecemos.

Ecobags


28/04/2008 - 09h34

Consciência ambiental dá tom no nicho de "ecobags"

MARIA CAROLINA NOMURA
da Folha de S.Paulo

Se, para o consumidor comum, sair do supermercado com as compras embaladas em dezenas de sacolas plásticas é uma cena cotidiana, para o consumidor consciente, a prática é um atentado ao ambiente.

De olho nesse público e em companhias que têm ações socialmente responsáveis, empresários estão investindo em sacolas sustentáveis ou "ecobags" --que substituem as de plástico na hora da compra.

Para ingressar nesse mercado que mistura moda com sustentabilidade, Beth Salles, consultora de moda em acessórios do Senac-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), aconselha o empresário a ter criatividade. "O primeiro passo é ter acesso às matérias-primas que serão usadas no produto ou a materiais diferenciados, como tecido de fio PET", ensina.

Há 11 anos trabalhando com sustentabilidade, a empresária Graça Rodrigues, proprietária da Ecosacolas, conta que não teve dificuldade em encontrar parceiros para a produção de suas bolsas. Atualmente, produz 5.000 itens por mês. "Meus maiores clientes são empresas de grande porte que distribuem as sacolas como brindes."

Mercado

Apesar de parecer promissor e ser bem difundido no exterior, o empresário que entrar no mercado de sacolas sustentáveis enfrentará desafios.

Para Walfrido Neto, 30, sócio-proprietário da Ecobag.com.br, que produz cerca de 8.000 sacolas por mês, a principal dificuldade do negócio é a falta de consciência ambiental da população brasileira.

Já para José Goldemberg, 79, presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), a principal barreira vem dos supermercados que ainda não aderiram à idéia das bolsas sustentáveis.

Elaine Guapo, 39, diretora comercial da Gatto de Rua, empresa de soluções promocionais, faz coro. Ela produz uma sacola de três compartimentos para ser usada no carrinho de supermercado. "Não tenho dúvida de que, se os supermercados vendessem o produto, ele estouraria nas vendas, porque é muito prático", diz a empresária, que patenteou a sacola.

"Preservação ambiental" na moda


19/07/2007 - 07h20

Sacolas ecológicas provocam furor em compradores de Nova York

da Efe, em Nova York

Sacolas de supermercado "ecológicas", feitas de algodão, projetadas para substituir as poluentes bolsas de papel e de plástico, provocaram compras eufóricas na cidade de Nova York.

Quatro estabelecimentos da rede de lojas de produtos orgânicos Whole Foods, em Manhattan, colocaram à venda cerca de 20 mil sacolas ecológicas com a inscrição "Não Sou uma Sacola de Plástico".

Centenas de pessoas fizeram fila antes da abertura da loja na quarta-feira (18) para comprar a sacola, de US$ 15, em poucos minutos.

A idéia é que os clientes comprometidos com o meio ambiente levem as sacolas para a loja. Isso diminuiria o uso de sacos plásticos --que levam cerca de 500 anos para se desintegrar-- ou de papel --o que evitaria a derrubada em massa de árvores.

A estratégia, que tem sido considerada uma moda passageira, é para a criadora, a designer inglesa Anya Hindmarch, uma maneira de alcançar uma boa conduta.

A mensagem escrita nos sacos é vista com freqüência no ombro de milhares de pessoas.

A designer --famosa por suas carteiras e bolsas com preços de até US$ 1,5 mil-- começou a campanha timidamente em Londres. Diante do sucesso, a idéia se disseminou para outras cidades.

O furor que essas sacolas despertam foi tamanho que, no mês passado, a polícia de Taiwan teve que dispersar um tumulto gerado pela venda que levou 30 pessoas para o hospital.

"Odeio a idéia de por a defesa do ambiente como moda, mas é necessário colocá-la em evidência para que se torne um hábito", disse a designer à imprensa local. Anya Hindmarch, que tem cinco filhos, já chegou a usar mais de 30 sacolas de plástico em compras de supermercado.

Calcula-se que os americanos utilizem cerca de 100 bilhões de sacolas plásticas por ano. Apenas 1% é reciclada. O restante é jogado nas ruas e nas águas ou então fica preso em árvores, fiação elétrica e drenagens.

A cidade de São Francisco já tem uma lei que proíbe o uso de sacolas não-recicláveis. Outras cidades nos EUA, como Boston, Baltimore, Portland e Santa Monica, estão considerando projetos de lei semelhantes.


Da série "Folha Explica: A Água"


A água é um recurso estratégico para a humanidade, pois mantém a vida no planeta Terra, sustenta a biodiversidade e a produção de alimentos e suporta todos os ciclos naturais. A água tem, portanto, importância ecológica, econômica e social. As grandes civilizações do passado e do presente, assim como as do futuro, dependem e dependerão da água para sua sobrevivência econômica e biológica, e para o desenvolvimento econômico e cultural. Há uma cultura relacionada com a água e um ciclo hidrossocial na inter-relação da população humana com as águas continentais e costeiras.

Embora dependam da água para sua sobrevivência e para o desenvolvimento econômico e social, as sociedades humanas poluem e degradam este recurso --tanto as águas superficiais como as subterrâneas. A diversificação de usos múltiplos (1), a deposição de resíduos sólidos e líquidos em rios, lagos e represas, e o desmatamento e ocupação de bacias hidrográficas têm produzido crises de abastecimento e crises na qualidade das águas. Todas as avaliações atuais sobre a distribuição, quantidade e qualidade das águas apontam para mudanças substanciais na direção do planejamento, gerenciamento de águas superficiais e subterrâneas. Para uma adequada gestão dos recursos hídricos é necessária uma integração mais efetiva e consistente das informações sobre o funcionamento de lagos, rios, represas e áreas alagadas e dos processos econômicos e sociais que influenciam os recursos hídricos.

Este livro mostra os usos deste recurso natural fundamental para a continuidade da vida no planeta Terra e aponta os principais problemas referentes ao ciclo da água.

Na seção introdutória, abaixo, apresentam-se informações gerais referentes à água e sua distribuição no planeta Terra, especialmente os valores de águas doces e salinas e águas no estado sólido. Veremos que a água doce disponível é apenas uma pequena fração dos recursos hídricos do planeta.

No capítulo 1 discute-se o ciclo hidrológico e seus componentes, tais como precipitação, evaporação e drenagem, entre outros. Os volumes relativos a cada etapa do ciclo serão examinados, bem como a água existente nos principais rios e lagos do planeta. Nesse capítulo também são discutidas as propriedades essenciais da água e as características físicas e químicas que fazem dela uma substância peculiar, de enorme importância para a vida de todos os organismos da Terra, incluindo a espécie humana.

No capítulo 2 são apresentados e discutidos os volumes e estatísticas sobre os recursos hídricos do Brasil e as relações entre a distribuição dos recursos hídricos e a população. Discute-se também a importância das atividades humanas no ciclo hidrológico e a disponibilidade hídrica social.

O capítulo 3 apresenta os usos múltiplos da água e os benefícios que podem trazer ao desenvolvimento e manutenção da qualidade de vida. Apresentam-se também os históricos e as tendências no uso das águas e a disponibilidade social no acesso a ela como motivo da exclusão social. São também discutidos os usos múltiplos da água no Brasil e sua importância para o desenvolvimento do país.

No capítulo seguinte discutem-se os impactos das várias atividades humanas, do crescimento populacional e da contaminação do solo e atmosfera na situação dos recursos hídricos. A contaminação das águas superficiais e subterrâneas é um dos problemas que afetam a segurança coletiva da população e a saúde pública.

Os impactos de usos múltiplos dos recursos hídricos no Brasil e suas conseqüências ecológicas, econômicas e sociais são discutidos no capítulo 5, em que também são apresentadas informações sobre sua magnitude e o potencial para aumento no futuro, se ações decisivas e integradas não forem implantadas.

No capítulo 6 são abordados o planejamento e gestão dos recursos hídricos. Descrevem-se a evolução dos sistemas e processos de gerenciamento e gestão ao longo do século 20 e também os vários mecanismos para gestão integrada e preditiva, especialmente ao nível de bacia hidrográfica.

Finalmente, no capítulo 7, são discutidas as questões principais referentes ao futuro dos usos e gestão das águas no século 21: alternativas para enfrentar a escassez, mecanismos e tecnologias avançadas para diminuir a contaminação e ainda a introdução de uma nova ética para a água --consubstanciada na gestão ambiental mais ampla--, usos do solo, proteção das florestas e biodiversidade, recuperação e proteção de áreas alagadas. Apresentam-se as últimas resoluções das Nações Unidas sobre o problema da água, culminando com a implantação da Década Mundial da Água a partir de 2005.

O leitor poderá consultar um glossário, no fim do livro, para melhor explicação sobre termos utilizados. Também foram incluídos termos não utilizados no texto, mas que podem ser úteis para esclarecimentos futuros.

Considerando-se a obra como um todo, foi feito um esforço no sentido de promover uma visão sistêmica, sintética e útil sobre um recurso natural essencial à sobrevivência das espécies --incluindo a espécie humana-- e vital para o funcionamento equilibrado do planeta.

A ÁGUA NO PLANETA TERRA


A água é uma substância essencial à vida. É encontrada na Terra sob as formas sólida, líquida e gasosa. Noventa e oito por cento da água neste planeta encontra-se nos oceanos (aproximadamente 109 mil km3 de água). Águas doces, que constituem os rios e lagos nos continentes, e águas subterrâneas são relativamente escassas. Estas águas doces nos continentes são a fonte que produz alimentos e colheitas, mantém a biodiversidade e os ciclos de nutrientes, e mantém também as atividades humanas. Sem água de qualidade adequada, o desenvolvimento econômico-social e a qualidade da vida da população humana ficam comprometidos. As fontes de água doce, superficiais ou subterrâneas, têm sofrido, especialmente nos últimos cem anos, em razão de um conjunto de atividades humanas sem precedentes na história: construção de hidrovias, urbanização acelerada, usos intensivos das águas superficiais e subterrâneas na agricultura e na indústria.

O ciclo hidrológico (passagem constante de um estado a outro, como veremos no capítulo 1) renova as quantidades de água e também a sua qualidade. Entretanto, esta água que passa do estado líquido para o gasoso, e também se acumula no estado sólido (gelo) nas calotas polares, não é infinita. O ciclo renova a quantidade de vapor d'água na atmosfera e a quantidade da água líquida, periodicamente, mas é sempre a mesma quantidade de água que é renovada. O aumento intenso de demanda diminui, portanto, a disponibilidade de água líquida e coloca em perigo os usos múltiplos, a expansão econômica e a qualidade de vida. As águas doces continentais também sofrem com a contaminação causada por inúmeras substâncias, pelo despejo de esgotos domésticos e industriais, e com acúmulo destas nos sedimentos de rios, lagos e represas.

Como se chegou a este ponto no uso e degradação de um recurso natural vital para a sobrevivência de todas as espécies de animais e plantas?

A resposta é: porque se acreditava que o recurso era infinito, assim como a capacidade de autodepuração do sistema. Pensava-se que a tecnologia desenvolvida pelo homem poderia tratar qualquer tipo de água contaminada e recuperá-la. Na verdade, o recurso é finito, pois a quantidade de água líquida depende de demanda, e a capacidade de autodepuração dos sistemas tem limite; é bom ter em mente, também, que os custos para transformar água de qualquer qualidade em água potável estão se tornando proibitivos.

Deve-se ainda considerar que as grandes massas urbanas --3 bilhões de pessoas-- necessitam de grandes volumes de água para sua sustentabilidade; além disso, produzem uma massa enorme de detritos (fezes e urina), que necessitam de tratamento imediato para não contaminar as águas superficiais e subterrâneas. Este conjunto de problemas levou à atual situação da água, uma crise sem precedentes, que demanda ações de curto, médio e longo prazos.

(1) "Usos múltiplos" da água referem-se aos usos para várias atividades simultaneamente: por exemplo, a água de um lago pode ser utilizada ao mesmo tempo para abastecimento público, recreação, turismo e irrigação.

Autores : José Galizia Tundisi e Takako Matsumura Tundisi

Marcas Humanas 05 - Chapas de Raios X


CHAPAS DE RAIO-X

As chapas de raio-X esquecidas nos hospitais são revendidas e muitas vezes recicladas por empresas responsáveis por lixo hospitalar. Já as que vão para casa geralmente vão parar em lixões e aterros. Como contêm metanol, amônia e metais pesados como cromo, as chapas usadas acabam carregando resíduos tóxicos. A prata encontrada na constituição da chapa é um metal pesado altamente poluidor e sua liberação no ambiente é proibida por normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Quando as chapas são recicladas, os cristais de prata extraídos transformam-se em talheres e jóias, por exemplo. A partir de outro material restante da reciclagem das chapas, o acetato, podem-se fabricar caixas de presentes e bolsas.

Mas, segundo o Instituto Triângulo, o processo de reciclagem das chapas ainda é complexo, gera resíduos tóxicos e requer um alto gasto de energia. A ONG estuda uma forma de fazer a reciclagem das chapas ainda neste ano.

Por enquanto, pode-se tentar vendê-las. Na internet, há anúncios, geralmente dirigidos a quem vende o material em grandes quantidades. Por isso, é interessante que condomínios e associações se reúnam para coletar e revender as chapas, que costumam render cerca de R$ 1,50 a unidade.

Marcas Humanas 04 - Óleo de Cozinha


ÓLEO DE COZINHA

Vilão das dietas, o óleo usado no preparo de algumas das delícias da cozinha brasileira se tornou também um dos principais poluentes da pouca água que há hoje disponível para consumo no mundo.

Quando é jogado diretamente no ralo da pia ou no vaso sanitário, ele diminui a vida útil dos encanamentos e traz conseqüências desagradáveis como entupimento de canos e refluxo de esgoto. Segundo dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), cada litro de óleo de cozinha pode contaminar 20 mil litros de água.

Por ser menos denso que a água, o óleo de cozinha forma uma película sobre a mesma, o que provoca a retenção de sólidos, entupimentos e problemas de drenagem quando colocados nas redes coletoras de esgoto. Nos arroios e rios, a película formada pelo óleo de cozinha dificulta a troca de gases entre a água e a atmosfera, causando a morte de peixes e outros seres que necessitam de oxigênio.

E o estrago não pára por aí. Quando o esgoto não é tratado, o óleo é despejado em rios e mares e prejudica a sobrevivência de peixes e algas. O óleo pode também chegar ao solo e impermeabilizá-lo, colaborando para aumentar um problema que o paulistano conhece bem: as enchentes.

Mesmo quando o esgoto é tratado, o óleo não é bem-vindo, pois encarece o processo. Depositá-lo em um aterro sanitário ou em um lixão tampouco é a solução, já que, quando se decompõe, o óleo libera gás metano e colabora para o efeito estufa.

Ainda segundo a Sabesp, estima-se que cada família produza mensalmente um litro e meio de óleo de cozinha, que pode se transformar em sabão e em biodiesel. Quem não quiser fazer o sabão em casa, pode levar o óleo usado para algum ponto de reciclagem. Nove cooperativas conveniadas pela prefeitura recolhem o material, que também pode ser descartado nos "Ecopontos". Algumas ONGs, como o Instituto Triângulo, possuem usinas de reciclagem de óleo e mantêm postos de coleta.

Marcas Humanas 03 - Isopor


ISOPOR (EPS - poliestireno extendido)

A bandejinha do frango, o protetor de eletrodomésticos e a maquete de um trabalho de colégio podem não parecer, mas são bastante nocivos ao ambiente. Também conhecido como poliestireno estendido (ou EPS), o isopor é, na realidade, um tipo de plástico que leva 150 anos para se decompor. No Brasil, são consumidas anualmente 36,5 mil toneladas do material. Em 1998 foram produzidas 10.000 toneladas. Na sua antiga fabricação entrava o gás CFC, acusado de ser nocivo a camada de ozônio. Na natureza, pelotas de isopor são confundidas com organismos marinhos, como o plástico, e ingeridas por cetáceos e peixes, afetando-lhes o sistema digestivo.

É uma espuma semi-rígida com marca comercial Isopor®. O plástico é polimerizado na presença do agente expansor ou então o mesmo pode ser absorvido posteriormente. Durante o processamento do material aquecido ele se volatiliza, gerando as células no material. Apresenta baixa densidade e bom isolamento térmico. Aplicações comuns são bandejas para embalagem de hortifruti, protetor de equipamentos, isolantes térmicos, pranchas para flutuação, geladeiras isotérmicas, etc.

O monômero para a produção do poliestireno é o estireno (quimicamente falando é um hidrocarboneto aromático insaturado de fórmula C6H5C2H3. É também chamado de fenilacetileno ou vinilbenzeno). O estireno é um líquido, com ponto de ebulição 145ºC e ponto de solidificação -30,6ºC. Quando puro é incolor e apresenta um odor agradável e adocicado. Pode ser obtido industrialmente a partir de vários processos, entretanto o mais utilizado consiste na desidrogenação do etilbenzeno.

Segundo o Instituto Akatu, poucas empresas o coletam, pois é necessária uma grande quantidade do material para que a reciclagem se torne economicamente viável. Composto por 98% de ar e 2% de plástico, apenas 10% do material inicialmente coletado é utilizado depois de derretido. Para dificultar ainda mais, o isopor é bastante volumoso, o que encarece o transporte usado na coleta.

Uma vez reciclado (SE reciclado), o EPS torna-se bastante útil, principalmente na construção civil. Misturado ao cimento, ele oferece várias vantagens em relação à cerâmica e ao concreto comum. Chamado de cimento isopor, ele é mais leve e, como não é orgânico, não serve de alimento a nenhum ser vivo, como formigas ou cupins.

A partir da mesma matéria-prima, foi desenvolvido no Brasil o "termobloco", à base de isopor 100% reciclado. Por dispor das mesmas propriedades do isopor, ele ainda serve como isolante acústico e térmico, reduzindo o gasto de energia com aquecedores e ares-condicionados.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Mãos molhadas : que desconforto !!!!

De um modo ou de outro, vejo pessoas ou gastando 30 folhas de papel absorvível em banheiros para secar duas gotas de água de suas mãos, ou pessoas usando secadores de mão por mais de 3 minutos simplesmente porque é "quentinho e gostoso".
 
Não me parece que sair de uma banheiro com as mãos limpas e molhadas por poucos mililitros de ÁGUA seja um desconforto imenso. É isso que acontece em piscinas normalmente.
 
 
28/04/2008 - 09h20
Especialistas divergem sobre secagem da mão com papel ou jato de ar

DANAE STEPHAN
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Tanto as toalhas de papel quanto os jatos de ar têm um custo ambiental alto. O papel usado pelos fabricantes é virgem, e os resíduos não são recicláveis. A indústria consome muita água no plantio das árvores e na fabricação da celulose: para produzir um quilo de papel são gastos 540 litros.

As empresas alegam que só aproveitam árvores de reflorestamento, e que a fibra virgem é mais higiênica. A professora-titular de economia do meio-ambiente da UFRJ, Dalia Maimon, considera os secadores melhores: "Precisamos dar à terra um uso mais nobre, e não trocar plantações de alimentos por florestas de eucalipto", diz.

O coordenador do grupo de estudos do setor elétrico da UFRJ, Nivaldi de Castro, discorda: "Papel é fonte de energia renovável. E o plantio de árvores traz outra vantagem: durante seu ciclo de vida, elas combatem a emissão de CO2", diz. Para ele, ao contrário do que dizem os fabricantes, o secador gasta alta quantidade de eletricidade, de 1.700 a 2.000 watts.

Segundo pesquisa da Universidade de Westminster, as pessoas gastam 43 segundos para secar 95% das mãos nos aparelhos, contra 10 segundos no papel. O estudo revelou que o uso de jatos de ar aumenta a quantidade de bactérias nas mãos em 255%. Só que a pesquisa foi encomenda da associação inglesa de produtores de lenços de papel.

Em defesa dos aparelhos, o representante da Pharus, Roberto Rodrigues, respondeu: "Até a Mitsubishi e a Siemens fabricam secadores de mãos no Japão e na Europa. Se esse aparelho fosse nocivo à saúde, você acha que fabricariam?"

"Para chegar a uma conclusão precisa, seria necessário calcular todo o processo de manufatura de toalhas e secadores", diz Dalia. "Mas o impacto da energia elétrica no Brasil é menor que o da produção de papel", acredita.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Dieta Humana 09


9 - Chade: Família Aboubakar do campo de refugiados de Breidjing
Despesa com alimentação por semana: 685 Francos / $1.23 dólares

Dieta Humana 08


8 - Butão: Família Namgay da vila de Shingkhey
Despesa com alimentação em 1 semana: 224.93 ngultrum / $5.03 dólares

Dieta Humana 07


7 - Equador: Família Ayme de Tingo
Despesa com alimentação em 1 semana: $31.55 dólares

Dieta Humana 06


6 - Egito: Família Ahmed do Cairo
Despesa com alimentação em 1 semana: 387.85 Egyptian Pounds / $68.53 dólares

Dieta Humana 05


5 - Polónia: Família Sobczynscy de Konstancin-Jeziorna
Despesa com alimentação em 1 semana: 582.48 Zlotys / $151.27 dólares

Dieta Humana 04


4 - México: Família Casales de Cuernavaca
Despesa com alimentação em 1 semana: 1,862.78 Pesos / $189.09 dólares

Dieta Humana 03


3 - Italia: Família Manzo da Secília
Despesa com alimentação em 1 semana: 214.36 Euros / $260.11 dólares

Dieta Humana 02


2 - Estados Unidos da América: Família Revis da Carolina do Norte
Despesa com alimentação em 1 semana: $341.98 dólares

Dieta Humana 01


1 - Alemanha: Família Melander de Bargteheide.
Despesa com alimentação em 1 semana: 375.39 Euros / $500.07 dólares

Marcas Humanas 02 - Fraldas


A grande mensagem da reportagem abaixo é a seguinte :

Independente de serem fraldas de pano ou "descartáveis", o número de fraldas (e seus resíduos) produzido é gigantesco.

Sejam de pano (onde haverá imenso consumo associado de água para lavagem e calor para secagem), sejam "descartáveis" (onde haverá imensa produção de material associado à sua composição, e seu consequente depósito em lixões da região), o excesso de crianças novas sendo geradas está INTIMAMENTE associada à poluição excessiva.

Mas os pais modernos não estão nem aí para isso!!!!

Isto tem um nome : egoísmo e falta de senso de coletividade.

Alguns dados importantes :

Estudos alegam que para produzirmos 5000 fraldas descartáveis (quantidade que uma criança usa nos seus primeiros 24 meses de vida) , 5 árvores são necessárias e estas fraldas se não forem queimadas, persistem 450 anos em lixões. Quando queimadas, liberam dioxina, uma substância  cancerígena.

Até os 3 meses (90 dias) : 7 fraldas / dia >>> TOTAL de fraldas : 630 fraldas

Dos 3 aos 6 meses (90 dias) : 6 fraldas / dia >>> TOTAL de fraldas : 540 fraldas

Dos 6 aos 24 meses (540 dias) : 5 fraldas / dia >>> TOTAL de fraldas : 2700 fraldas

TOTAL = 3870 fraldas (quantia básica)

 

 28/04/2008 - 09h14  (BBC)

Uso de fraldas de pano cresce (sic) devido à preocupação ambiental

Uso aumentou em 6 pontos percentuais na Grã-Bretanha nos últimos anos.
O uso de fraldas de pano quadruplicou na Grã-Bretanha nos últimos anos devido à preocupação dos pais com o ambiente, segundo um levantamento de mercado publicado pela empresa de pesquisas Mintel neste mês.

Segundo a pesquisa, o uso de fraldas de pano aumentou em 6 pontos percentuais de 2005 a 2007, e hoje chega a 8% dos pais com filhos que ainda usam fraldas.

Além disso, 42% dos pais acreditam que o uso de fraldas de pano é melhor para o ambiente e o número de pessoas que se sentem no dever de reciclar seu lixo aumentou em 17,3 pontos percentuais em 2007, em comparação com 2003.

De acordo com a pesquisa, as fraldas de pano hoje ocupam um nicho do mercado e poderiam seguir o exemplo dos alimentos orgânicos para bebês, que deixou de ser um produto de nicho para se tornar popular entre o grande público.

As fraldas de pano - em diferentes modelos e estilos, muitas prometendo praticidade - se tornaram populares por uma série de fatores, segundo a pesquisa, entre eles, o fato de as autoridades locais - que lidam com o lixo - promoverem campanhas pelo seu uso.

Quase três bilhões de fraldas descartáveis são jogadas anualmente no lixo, na Grã-Bretanha e 90% acabam em depósitos de lixo, onde estima-se que o tempo mínimo de decomposição é de 20 anos, podendo chegar a até 400 anos.

As autoridades locais estimam gastar centenas de milhares, e em alguns casos até milhões, de libras por ano, com o lixo produzido pelas fraldas.

- Gastos com o lixo

Mas um relatório divulgado pela Agência Ambiental do governo concluiu que não há uma vantagem clara para o ambiente no uso de fraldas de pano, já que elas demandam energia no processo de lavagem e secagem.

De acordo com a pesquisa de mercado, as fraldas de pano são mais populares entre as mães acima dos 30 anos de idade, das classes A e B, com bom nível de educação e que moram em Londres.

O avanço da Internet e da banda larga também é apontado como fator chave para a popularização da moda, já que as fraldas de pano são, em geral, produzidas por pequenas empresas que não têm condições de competir em marketing com os grandes produtores de fraldas descartáveis.

Para contrabalançar o aspecto menos conveniente de ter que lavar as fraldas, há uma série de serviços disponíveis, entre eles, lavanderias que buscam as fraldas sujas em casa e devolvem fraldas limpas.

O relatório, no entanto, afirma que as fraldas de pano ainda não ameaçam as descartáveis, que detêm mais de 90% do mercado, mas que a preocupação ambiental pode levar a indústria a investir mais na produção de fraldas descartáveis biodegradáveis.

 

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Desmatar é preciso (sic)

Mas afinal... como alguém pode justificar o desmatamento para alimentar mais bocas ?
 
A crise mundial de alimentos deve-se a (1) má distribuição de renda, (2) má distribuição de alimentos (a maioria desperdicada), (3) excesso de contingente humano no planeta, (4) corrupção.
 
Destruir ecossistemas singulares não resolverá isso de forma alguma.
 
 


 
25/04/2008 - 03h26
 
Desmatar é remédio para crise da comida, diz governador de MT

da Folha Online

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR-MT), defendeu o direito ao desmatamento --desde que não o ilegal-- como um mecanismo "inevitável" para enfrentar a crise global de alimentos, revela reportagem de Rodrigo Vargas publicada na Folha desta sexta. Em entrevista à Folha, Maggi avaliou que será preciso encontrar uma "posição intermediária" que assegure o aumento da produção agrícola.

"Com o agravamento da crise de alimentos, chegará a hora em que será inevitável discutir se vamos preservar o ambiente do jeito que está ou se vamos produzir mais comida. E não há como produzir mais comida sem fazer a ocupação de novas áreas e a retirada de árvores."

O Mato Grosso é o Estado com mais municípios entre os líderes do desmatamento no país. Segundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente, entre municípios com maior desmatamento de agosto a dezembro de 2007, sete dos dez primeiros colocados estavam no MT.

Segundo reportagem publicada em janeiro pela Folha, Maggi controla um quarto das 36 cidades apontadas pelo ministério como as campeãs do desmatamento.

Dados do Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que a devastação está em ritmo acelerado, numa média de mais de 1.000 quilômetros quadrados por mês

Um relatório do Bird (Banco Mundial) aponta que, entre 2000 e 2005, o Brasil desmatou um total de 31 mil km² de sua área florestal, o que colocou o país no topo dos desmatadores do mundo.
 

Infelizmente...

 
25/04/2008 - 02h23

Humanidade esteve à beira da extinção, segundo paleontólogos

da France Presse, em Washington

A humanidade esteve à beira da extinção há cerca de 70 mil anos, após condições climáticas extremas, revela um estudo publicado nesta quinta-feira (24) por uma equipe de paleontólogos.

"Quem iria pensar que há apenas 70 mil anos um clima extremo reduziria nossa população a um número ínfimo, nos deixando à beira da extinção", destaca Meave Leakey, professor de paleontologia da Universidade Stony Brook, de Nova York.

Estudos precedentes já tinham revelado que a população humana, que hoje registra 6,6 bilhões, chegou a ter dois mil indivíduos há 70 mil anos.

O leste da África sofreu uma série de secas severas entre 135 mil e 90 mil anos atrás, que contribuiu para dispersar a população humana em pequenos grupos, que se desenvolveram isoladamente, explicaram Doron Behar, do centro médico Rambam, em Haifa (Israel), e Saharon Rosset, do centro de pesquisas da IBM em Yorktown Heights (Nova York), os principais autores do estudo.

Apenas há 40 mil anos que todos os grupos humanos se tornaram parte integral de uma só população pan-africana, reunidos após 100 mil anos de separação, destacam os pesquisadores.

"Este estudo ilustra o extraordinário poder da genética para revelar certos eventos fundamentais da história da espécie humana", assinalou Spencer Wells, da National Geographic Society.

"Trata-se certamente da epopéia humana escrita no nosso DNA, que nos mostra pequenos grupos formados pelos primeiros humanos, separados por condições climáticas muito severas, antes de se reagruparem, após seu quase desaparecimento da Terra, para povoar o mundo".

Depois deste período sombrio, a raça humana experimentou uma forte expansão, que a levou a ocupar numerosas regiões do continente africano e a emigrar para fora da África para povoar outros continentes, por volta de há 60 mil anos.

O estudo, publicado no American Journal of Human Genetics, analisou o DNA de populações do sul e leste da África.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Tédio

 
"...for if life, in the desire for which our essence and existence consists, possessed in itself a positive value and real content, there would be no such thing as boredom: mere existence would fulfil and satisfy us."
 
Arthur Schopenhauer (1788-1860) 
 
Tradução livre :
 
Se a vida, no desejo de que nossa essência e existência consiste, possuísse ela mesma um valor positivo e significado real, não existiria algo assim como o tédio: a mera existência preencheria-nos e nos satisfaria plenamente.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Controle Populacional


Me surpreende como isso pode ser aplicado facilmente aos animais, mas não a humanos.

Estado de SP proíbe morte de cachorros capturados pela carrocinha

Plantão | Publicada em 18/04/2008 às 08h51m

Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - A carrocinha que captura cães e gatos nas ruas da cidade vai deixar de ser sinônimo de sentença de morte para os bichos no estado de São Paulo. Uma lei assinada pelo governador José Serra, publicada nesta quinta-feira, proíbe o sacrifício desses animais em todo o território paulista e determina que o governo incentive campanhas para castração dos animais e pela posse responsável dos bichos.

A lei teve origem em projeto do deputado estadual Feliciano Filho (PV), aprovado em dezembro pela Assembléia Legislativa. Os cães e gatos pegos nas ruas serão castrados e depois ficarão à disposição dos donos ou de adoção. Só podem ser sacrificados animais com doenças graves ou contagiosas, atestadas por um veterinário. Feliciano garante que a proibição não levará ao aumento do número de cães e gatos nas ruas.

- Esta é uma visão equivocada. Há experiências em vários países mostrando o contrário - diz.

Segundo Feliciano, o sacrifício de cães e gatos diminui a competição por alimentos que os animais travam no dia-a-dia das ruas.

- Com isso, os animais que continuam soltos se alimentam melhor, tornando-se mais fortes e, portanto, mais férteis. Aí a população aumenta - afirma.

Gerente da Associação de Proteção aos Animais São Francisco, Luiz Scalea concorda com o deputado e elogia a proibição. O Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura não quis comentar a nova lei nem informou o número de animais que abate. Segundo Scalea, são sacrificados em média 50 por dia.

domingo, 20 de abril de 2008

Planejando o futuro


Quatro em cada dez filhos não foram planejados

20/04 - 09:50 - (ultimosegundo.com.br)

SÃO PAULO – Pesquisa Datafolha sobre fecundidade aponta que mais de 50 anos depois da pílula anticoncepcional, quatro em cada dez gestações ocorridas no País não são planejadas. E, apesar de isso acontecer com mais freqüência entre os mais jovens (56%) e os mais pobres (44%), 34% das pessoas que estão no topo da pirâmide social tiveram filhos sem planejar. As informações são do jornal "Folha de S. Paulo".

demógrafa Suzana Cavenaghi, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE, explica que não se deve confundir gravidez não-planejada com não-desejada. "É diferente porque pode-se desejar ter o filho após saber da gravidez", afirma.

(Porque existe uma pressão social imensa sobre aqueles que manifestam o não-desejo de um filho que já foi concebido. É por isso que as pessoas passam a desejar o filho mesmo ele não tendo sido planejado. Auto-engano....)

Já Cristiane Cabral, pesquisadora do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos, lembra que esses percentuais seriam ainda maiores se fossem consideradas gestações que acabaram em aborto, que não foram contabilizadas pela pesquisa.

A Datafolha perguntou também a pais e mães: "se pudesse voltar o tempo, você teria o mesmo número de filhos, mais, menos ou nenhum?" A maioria dos entrevistados (60%) afirmou que fariam escolhas diferentes: 24% teriam menos filhos, 21% teriam mais e 15% não teriam filhos.

A pesquisa mostra que os brasileiros têm cerca de 2,8 filhos.  Na população com renda familiar inferior a dois salários mínimos, essa média chega a 3,1. Quem possui renda superior a dez salários mínimos, fica em 2,0. Pessoas com quatro filhos ou mais são minoria em todas as classes pesquisadas.


sábado, 19 de abril de 2008

Isso pode.... Isso não pode...



Boa parte dos pais acha uma gracinha quando crianças cantam isto...

♪ Atirei o pau no gato...to
e o gato...to
não morreu...eu...eu
Dona Chica...ca
Admirou-se...se
Do berro...
Do berro que o gato deu ♪

E se fosse assim ???

♪ Ciranda, cirandinha
vamos todos avuá
vamos dar a meia volta
pra cair do sexto andar...

... a grade que tu me destes
era fina e se rasgou
a grama em que eu caí
não era fofa e me matou! ♪

Desopilando a vesícula biliar

Isabella : - Oi. Você por aqui ? Como você chegou ?

João Hélio : - De carro... e você ?

Isabella : - Voando...


sexta-feira, 18 de abril de 2008

13 motivos ilógicos para ter filhos


Já abordei o assunto anteriormente, mas nunca é demais fazê-lo sempre...
 
Porque pessoas têm filhos ????
 
Acompanhe os possíveis motivos, e conclua você mesmo :
 
1 - Pessoas "querem" propagar seus genes 
Teoria que segue a linha "O gene egoísta" (Richard Dawkins) onde o gene é a unidade fundamental do processo evolutivo. A evolução do ponto de vista do gene explicaria fenômenos de seleção de grupo, portanto, de comunidades. Nesta teoria o gene é mais importante do que o indivíduo que o transmite, sendo portanto o indíviduo apenas a etapa final do processo. O indivíduo seria apenas um dispositivo de sobrevivência dos genes (os quais tentam manter-se imortais - ignora-se aqui que genes são estruturas dinâmicas e tem sua informação genética modificada com o tempo: mutações, transposons, recombinações, etc; alguns genes conservam-se, outros não).

Ainda que a teoria faça sentido, assumir esta como a única ou mais forte razão pela qual as pessoas escolhem ter filhos é reconhecer que não temos NADA de racional. Seríamos seres guiados pelas vontades, tal qual qualquer animal que criamos. Se formos assumir tal premissa, podemos jogar metade do conhecimento que adquirimos fora e voltar a viver como selvagens. Resultaria tremendamente paradoxal e constrangedor autointitular-se Homo sapiens e viver metade do tempo como um animal dos mais selvagens, e o outro como uma criatura supostamente detentora de razão e lógica.
 
Como bem sabemos, não sabemos quais de nossos genes serão transmitidos à prole. Além de não sabermos quais dos nossos genes são transmitidos, sabemos menos ainda quais genes de nosso parceiro farão parte desse blend futuro, o filho. Como seres diplóides, com genes pertencendo a categorias polimórficas recessivas, dominantes, codominantes, epistáticas, etc, não podemos de forma alguma saber se nosso filho nascerá com os olhos do pai e boca da mãe, ou os olhos da mãe e boca do pai, ou ainda algo totalmente diverso disso (como um amálgama resultado dessa mistura). Ter filhos é uma quasi-loteria, uma expectativa. Baseia-se plenamente na esperança (e recursos) de que tudo saia bem durante e após a gravidez. Talvez funcione no acasalamento entre animais de biotérios, mas salvo contrário, o fato de termos dois genitores sadios, inteligentes ou politicamente corretos não é garantia de que a prole usufruirá de semelhantes características. Simplificando, ter pais velozes não garante que os filhos serão velozes. E se o forem, não quer dizer que estes gostem de correr. Estatísticas são estimativas. Sendo assim, a expectativa de que nossos filhos sejam portadores de características "vencedoras" é simplesmente uma expectativa (baseada essencialmente em análises fenotípicas e probabilísticas dos parceiros envolvidos). Claro, isso (a característica vencedora) somente faz sentido se imaginamos um meio ambiente estático, não-dinâmico (algo inexistente, ainda mais na atualidade). Evidentemente, buscamos diminuir algumas más influências ambientais que interferriam sobre nossa prole ao longo do processo de desenvolvimento. Mas de novo, não há garantia alguma de quais fatores podem interferir negativamente na sua integridade e personalidade (fazemos uma ligeira idéia). O grito do pica-pau na televisão ou um atropelamento presenciado diante do colégio, p.ex., podem "desvirtuar" tremendamente uma criança e assim todo um projeto implementado ao longo de anos. Isso evidentemente, quando temos conhecimento desses fatores. É graças a essa incerteza diária que médicos e terapeutas encontram mercado de trabalho. A rigor, se índole é algo determinado geneticamente, não o sabemos (não o é somente, com certeza). Mas se o for em sua essência, então menos controle ainda temos sobre esta característica comportamental (uma boa metáfora é a obra Clockwork Orange de Anthony Burgess).

Pessoas parecem-se com máquinas e são de fato máquinas. Apenas são obras de manufatura, e não de produção em série (daí a enorme variabilidade que nelas se constata).

2 - Pessoas querem transmitir seu passado e registro cultural
Considera-se como cultura todas as manifestações humanas que são apreendidas, desenvolvidas e partilhadas por indivíduos de um determinado grupo, conferindo portanto a este, uma identidade. Nesse sentido, a propagação desse conhecimento à prole faria com que os progenitores sentissem que seus valores são transmitidos adiante e portanto de alguma forma os mesmos poderiam alcançar certo grau de "imortalidade". Oras, em primeiro lugar a transmissão de conhecimento não precisa ser feita exclusivamente a uma criatura expulsa do próprio ventre. É sabido que pessoas tenderiam a confiar mais nessa situação, mas a rigor, entre o momento do parto propriamente dito e o ato de segurar a criança no colo, a mãe pode ter seu filho trocado por outro recém-nascido, não escandalosamente distoante (evidente que um japonês como filho de um casal pardo soaria bizarro), e ainda assim não ter certeza plena de que o filho não lhe pertence. Sendo assim, se o objetivo é transmitir adiante o conhecimento cultural, transmiti-lo a indivíduos  fruto de adoção resultaria mais ético em um planeta com tantas crianças sujeitas à má sorte. Em segundo lugar, mesmo que o filho seja fruto do próprio ventre da fêmea em questão, não há qualquer garantia de que o mesmo seguirá ou respeitará os ensinamentos dos pais. Exemplos numerosos desses são encontrados em qualquer parte do mundo, em qualquer período da história. Filhos legítimos muitas vezes parecem estranhos (vide caso Richtofen), e filhos adotivos resultam leais como cães. Não há regra.

3 - Pessoas são fascinadas por crianças
Acredito que já existam milhões de crianças buscando novas famílias, pais e cuidados. Novas crianças são realmente necessárias ? ( www.vhemt.org )

4 - Pessoas tem curiosidade acerca de como seria o futuro rebento
Isso me parece vaidade. Pais que sigam essa motivação seguramente não estão considerando os interesses da criança que está por vir. Diante dessa situação, ela (a criança) nada mais é que um experimento biológico para pais curiosos.
 
5 - Pessoas cedem às pressões familiares
Se casais (ou indivíduos) cedem às pressões familiares, e para tanto tem filhos porque outros desejam, devem os mesmos portanto também ceder a qualquer capricho que os avós, pais, tios, etc manifestem. Pessoas assim não são as mais recomendadas para assumir o papel da paternidade/maternidade.
 
6 - Pessoas querem fortalecer laços matrimoniais
Um relacionamento que se sustente no nascimento de uma criança está fadado a trazer infelicidades a todos os lados, ou pelo menos a um deles. Criar um filho é tarefa árdua e longa, muito longa. Muitas vezes culminando em situações de estresse em que a mesma é jogada pela janela de edifícios.
 
7 - Pessoas sentem necessidade de atender a um chamado da natureza
Me recuso a explorar esse ponto...
 
8 - Pessoas têm filhos acreditando que serão protegidos pela prole na velhice
Todos conhecemos pelo menos um caso em que idosos são deixados à sorte enquanto os filhos tem preocupações prioritárias. Acontece em todos os países, em todas as culturas. Ter filhos não é certeza de vencer a solidão na velhice nem tampouco de receber cuidados nela. As vezes é o contrário. Na velhice, os pais antes esperançosos, gastam tudo aquilo que tem e não tem, em função dos filhos marmanjos.

9 - Pessoas acham fundamental amar e cuidar de outros seres humanos
Para isso não é necessário aumentar o contingente de mais de 6.6 bilhões de pessoas no planeta. O cuidado parental de crianças envolve pelo menos 7 a 9 anos de esforço e recursos contínuos e crescentes. Acredito que nesse período possam ser beneficiados muito mais pessoas já existentes com bem menos esforço.

10 - Pessoas acreditam que ter filhos caracteriza-se como um dos sentidos da vida
Assim como escrever um livro e plantar uma árvore (normalmente a maioria não realiza os dois últimos). Talvez seja um sentido mais nobre e prático dedicar-se a ajudar quem já está neste planeta ao invés de dedicar anos de esforços a uma única pessoa que não tinha necessidade de existir neste momento. Se fizermos apenas as contas de quantas fraldas gastas, brinquedos de plástico comprados, alimentos processados adquiridos, água consumida e outros, constatamos o impacto que mais uma pessoa neste mundo sujeita os demais habitantes do planeta (afinal, esta pessoa em um futuro próximo terá um carro, desejará uma casa de uns 100m2, um guarda-roupa diversificado, uma piscina, livros e mais livros (papel), e tantos outros luxos da vida moderna).

11 - Pessoas acham bonito estarem grávidas
O conceito de beleza é seguramente relativo.
 
12 - Pessoas acreditam que novas crianças são necessárias para a preservação da espécie
Não acredito que nossa espécie esteja ameaçada. Habitamos a terra, o subterrâneo, o ar e a água. Em breve a estratosfera. Climas áridos, temperados, tropicais e glaciais. Norte e sul. Todo lugar. De fato, a espécie passa a estar ameaçada a medida em que nos multiplicamos de modo desordenado e inconsequente. Tal como um câncer que drena os recursos ao seu redor.

13 - Pessoas tem filhos porque um dos cônjuges deseja isso doentiamente
O termo "doentiamente" explica tudo.

Carne e marketing : Abatedouros de vidro

Todos sabemos que o abate não é uma atividade divertida.

No entanto, o mercado esforça-se (com sucesso!!!) em ludibriar crianças (e adultos) no sentido de fazê-las interpretar o consumo de carne como algo divertido, saudável, engraçado e natural.

Um engodo !!!

Suspeito que crianças (ou mesmo adultos) não gostariam nem um pouco de :

- presenciar as cenas, sentir os odores, ouvir os gritos resultantes de um abate;

- observar como é feito o processamento da carne (para onde, como e no que são encaminhados/transformados os refugos do abate como sangue, ossos e vísceras);

- consumir a carne in natura, ou seja, de forma não-processada (considere que nuggets, croquetes, coxinhas, salsichas, hamburgueres, presuntos, embutidos diversos, etc, são estratégias que buscam distanciar o consumidor da real imagem do produto que ele consome);

- visitar granjas e fábricas de leite e constatar as maravilhas da coleta e processamento de ovos, leites e derivados.

Acredito que imagens falem mais do que palavras.

Vejam a seguir como a indústria deliberadamente preocupa-se em desviar a atenção do consumidor.

 
 
 
 

 

 

 
 


 
 
 

 


 

 

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Dor e linguagem




Nas últimas duas décadas, diversas publicações científicas têm deixado evidente que a maioria dos pesquisadores acredita no fato de que animais sentem dor e sofrimento. Ainda assim, é comum encontrar argumentos de que esse sofrimento deve ser reduzido devido à inabilidade animal de experimentar sofrimento da mesma forma que o homem (tal como martírio por antecipação a um evento ou a lembrança de um sofrimento como algo vívido).

A contestação da existência do sofrimento animal (e consciência animal de um modo geral), surge primariamente do fato de que muitas pessoas consideram que animais não possuem uma "linguagem" (o que é um engano tremendo), levando cientistas a argumentar que resulta impossível saber quando um animal estaria sofrendo. Esta situação de dúvida quanto a capacidade animal de aprender/desenvolver uma linguagem tende a mudar à medida que um número cada vez maior de chimpanzés e outros animais é exposto à linguagem de sinais (embora céticos questionem se estes animais entendem de fato o que estejam fazendo). Curioso é que entendendo ou não, eles se fazem entender.

O argumento de que a linguagem é necessaria para expressar e comprender a dor alheia é falho. Fosse esse o caso, seria então frequentemente impossível saber quando alguns gêneros de seres humanos sentem dor (como é o caso de recém-nascidos, uma vez que seu linguajar é pobre e limitado). Tudo que podemos fazer de fato é observar o comportamento resultante de dor em humanos, e fazer estimativas com base nesses sinais. Como Ludwig Wittgenstein arguiu certa vez, se alguém está chorando, apertando uma parte de seu corpo, resmungando chorosamente ou manifestando incapacidade de agir físicamente em algum sentido, especialmente quando estes sinais são resultado de um evento que sugere causar dor, isto é em grande medida o que entendemos por sentir dor. Não existe razão para supor que o comportamento de animais diante desses eventos causadores de dor seja diferente. Resultaria paradoxal defender a inexistência de dor em animais em função dessa observação e defender o uso do método científico como o conhecemos, o qual essencialmente baseia-se na observação de sinais já conhecidos e extrapolação de suas características a situações similares. É assim que fazemos ciência: deduzimos por similaridade.

Mais uma vez, o homem apoia-se em premissas falhas para sustentar comportamentos imorais e convenientes. É dessa forma que a sociedade sustenta e engana-se quanto ao tratamento cruel que aplica a toda sorte de animais.

(Adaptado da artigo Wikipedia)


Já naquela época...

Image:Bentham.jpg
 
Jeremy Bentham (1748-1832)
 
"The day has been, I grieve to say in many places it is not yet past, in which the greater part of the species, under the denomination of slaves, have been treated by the law exactly upon the same footing, as, in England for example, the inferior races of animals are still. The day may come when the rest of the animal creation may acquire those rights which never could have been witholden from them but by the hand of tyranny. The French have already discovered that the blackness of the skin is no reason a human being should be abandoned without redress to the caprice of a tormentor. It may one day come to be recognized that the number of the legs, the villosity of the skin, or the termination of the os sacrum are reasons equally insufficient for abandoning a sensitive being to the same fate? What else is it that should trace the insuperable line? Is it the faculty of reason or perhaps the faculty of discourse ? But a full-grown horse or dog, is beyond comparison a more rational, as well as a more conversable animal, than an infant of a day or a week or even a month, old. But suppose the case were otherwise, what would it avail? the question is not, Can they reason?, nor Can they talk? but, Can they suffer?"
 
"The time will come when humanity will extend its mantle over every thing which breathes"
 
Tradução livre :
 
Foi o dia, e me dói dizer que em muitos lugares isso ainda não é parte do passado, no qual grande parte das espécies, sob a denominação de escravos, foi tratado pela lei exatamente sob as mesmas bases, como na Inglaterra por exemplo, ao que as raças inferiores o são. Virá o dia quando o restante das criações animais irá adquirir aqueles direitos os quais nunca poderiam ter sido negados a eles exceto pela mão da tirania. Os franceses já descobriram que a negritude da pele não é razão para que um ser humano seja abandonado sem reparação aos caprichos de seu carrasco. Poderá vir o dia em que será reconhecido que o número de patas, a vilosidade da pele, ou a terminação do osso sacro são razões igualmente insuficientes para abandonar um ser senciente ao mesmo destino ? O que mais é necessário para ultrapassar essa linha insuperável ? Será a faculdade da razão ou talvez a faculdade do discurso ? Mas um cavalo adulto ou cão, é um animal comparativamente mais racional e compreensível que um bebê de um dia ou de uma semana ou mesmo de um mês de idade. Mas suponha se o caso fosse inverso, como este seria avaliado ? A questão não é "Podem eles raciocinar ?" nem tampouco "Podem eles falar ?" mas sim "Podem eles sofrer ?"
 
"Chegará a época em que a humanidade irá extender seu abrigo a cada criatura que respire sobre a terra"
 

Células-tronco Humanas

 
Porque cria-se tanta celeuma em relação ao uso de células-tronco embrionárias humanas em pesquisa científica e não se encontra problema algum com relação ao uso de animais (das mais diversas espécies e idades) nas mesmas pesquisas científicas ?
 
São necessários antes alguns esclarecimentos:
 
1 - Células-tronco embrionárias são células totipotentes retiradas de um embrião humano (um conjunto de não mais que 150 células amorfas - sem função biológica determinada; daí o termo totipotentes), fruto de um processo de fecundação (espermatozóide + óvulo) que normalmente ocorre no útero de uma fêmea humana ou em sistemas laboratoriais chamados sistemas in vitro.
 
2 - Esses embriões têm a potencialidade de desenvolverem-se em seres humanos, apenas se forem implantados em úteros de mulheres dispostas a recebê-los e mantê-los por 9 meses em seus corpos (salvo desenvolvimento de sistemas artificiais com o mesmo fim, ainda inexistentes).
 
3 - Caso não utilizados em protocolos de fertilização in vitro, os mesmos embriões são apenas um aglomerado de células sem rede nervosa primordial desenvolvida, a exemplo do ovo de galinha que se consome no almoço (na verdade, um ovo de galinha encontra-se em fase de desenvolvimento muito mais adiantado que o de um embrião semelhante ao ilustrado acima).
 
4 - Em pesquísa científica, usam-se animais aos milhares. Eles são normalmente criados em estruturas chamadas de biotérios.
 
5 - Em biotérios, os animais são mantidos em jaulas, alimentados, mantidos normalmente sob condições de controle ambiental rígido, e estão à disposição dos cientistas para protocolos de ensino e pesquisa dos mais diversos campos : ensino médico e veterinário, pesquisa comportamental, bioquímica, microbiológica, imunológica, radiológica, cosmética, alimentícia, cirúrgica, de transplante de orgãos, tolerância, entre muitas outras.
 
6 - Biotérios encerram em suas estruturas mamíferos (orangotangos, chimpanzés, gorilas, macacos de pequeno porte, camundongos, ratos, hamsters, coelhos, cães, gatos, porcos, cabras, ovelhas, entre outros), aves, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados diversos.
 
7 - Durante a experimentação científica os animais são sujeitos a protocolos diversos, que culminam em sua maior parte na morte do animal. Como resultado da morte, seus fluídos ou orgãos são coletados e sujeitos a posteriores análises. Quando estes não são sacrificados, ficam em geral a mercê de estudos comportamentais ou de alterações fisiológicas de longo prazo ( http://www.peta.org/actioncenter/testing.asp )
 
Muito bem... Voltemos à pergunta inicial.
 
Porque cria-se tanta celeuma em relação ao uso de células-tronco embrionárias humanas em pesquisa científica e não se encontra problema algum com relação ao uso de animais (das mais diversas espécies e idades) nas mesmas pesquisas científicas ?
 
A sociedade considera que qualquer experimentação em humanos é anti-ética uma vez que seres humanos são criaturas capazes de consciência, sensação e planejamento.
 
Não obstante, o meio científico acredita no uso de modelos animais como ferramentas para depreender e prever qualquer dano que possa ser causado a um exemplar da espécie.
 
Nesse sentido, o homem considera melhor causar um dano físico e moral a um organismo animal remotamente parecido ao homem, do que submetê-lo ao mesmo.
 
Ademais, dispõe a lei (Declaração Universal dos Direitos Humanos - 1948), através dos artigos III, IV, Y e IX, respectivamente que :
 
"Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal",
"Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas",
"Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante" e  
"Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado".
 
Considerando que a legislação de muitos países permite o aborto incondicional ou condicionado a situações como estupro;
Considerando que a legislação de muitos países permite a pena capital;
Considerando que a legislação de muitos países permite a retirada de orgãos de pacientes com morte cerebral.
Considerando que a legislãção de muitos países permite a eutanásia, e a execução de criminosos de guerra;
Considerando que a legislação de muitos países permite o assassinato de soldados no front de batalha e condecora aqueles que mais combatentes aniquilaram;
Considerando que a legislação de muitos países e o senso comum reconhece que animais são capazes de sentir dor e sofrimento em moldes iguais aos humanos;
Considerando que a legislação de muitos países condena a penas perpétuas assassinos confessos que são sustentados pelo Estado...
 
Cabe uma reflexão do verdadeiro motivo pelo qual o homem permite que animais sejam usados como ferramentas de experimentação científica e no entanto faça tanto drama quanto ao uso de embriões humanos para o desenvolvimento de terapêutica promissora de uso no próprio homem.
 
Toda a questão gira em torno de aspectos éticos e religiosos (e não científicos).
 
Pelo lado ético, o homem não cogita a hipótese de envolver humanos em experimentação científica seja em que fase de desenvolvimento ele estiver (embrião, jovem ou adulto).
 
Por que ?
 
Pelo simples receio de um dia estar sujeito (ou ver sujeito seus entes queridos) a qualquer critério de seleção que um dia venha a ser instituído.
 
Sendo assim, prefere a sociedade investir na manipulação cruel e imoral de outros organismos (que também são sencientes), mesmo que isso envolva um tempo imensamente maior nas pesquisas e um desperdício de tempo (sequer considera-se a utilização de criminosos seriais confessos para tais experimentos... afinal, são humanos, e humanos são invioláveis).
 
Vejamos... por mais que um camundongo apresente semelhança genômica de 95% ao genoma humano, e um chimpazé apresente 99% da mesma, resulta claro aos olhos que mesmo uma grande similaridade genômica não representa similaridade molecular, fisiológica e comportamental inconsteste.
 
Sendo assim, resulta óbvio que qualquer inferência feita sobre experimentação em animais, é extrapolada ao ser humano com uma grande incerteza científica.
 
Disso resulta um investimento de tempo e dinheiro absurdo para inferir o comportamento molecular de um princípio químico em humanos, quando na verdade foram testados em animais apenas razoavelmente similares.
 
Resulta óbvio ser esta uma troca desigual, uma vez que milhares/milhões de animais são sacrificados ao longo de anos para salvar vidas que só serão (talvez) beneficiadas ao final desse prazo.
 
Esquece-se surpreendentemente que muitas vidas humanas foram perdidas justamente pelo aguardo do transcurso desse tempo dispendido com experimentação animal.
 
Conlcuí-se então que são sacrificadas inúmeras vidas humanas e animais para o desenvolvimento de inferências científicas que podem (podem...) vir a ser aplicadas na terapêutica futura.
 
Pelo lado religioso, o homem cogita que o uso de embriões humanos envolve temáticas tais como "quando começa a vida" ou se "o embrião é provido de alma/espírito".
 
Resulta absurdo discutir quando começa a vida uma vez que a vida encontra-se em diversas estruturas primordiais humanas indubitavelmente.
 
Um espermatozóide, um óvulo, uma célula qualquer humana são estruturas vivas e dinâmicas. Não é porque elas encontrem-se haplóides ou fora do contexto germinativo, que as mesmas não são vivas.
 
Quanto à temática que envolve a existência de alma/espírito, a mesma é totalmente desprovida de base material.
 
Mesmo que exista alma/espírito ou algo do gênero, não há nenhuma evidência que comprove sua existência. Sustentar qualquer violação de um príncipio moral e ético com base numa suposição é de um despreparo gritante.
 
Resulta mais uma vez, que a discussão sobre o uso ou não de embriões humanos em pesquisa recai para o lado emocional.
 
Até aí, nada contra. Mas soa hipócrita ser emocional com A e não com B, quando A e B apoiam-se nos mesmos princípios éticos e biológicos.
 
Como repito ad nauseam : me surpreende o absurdo humano.
 
 

terça-feira, 15 de abril de 2008

Uma linha de lógica

 
"Although we express disapproval of the unnecessary suffering of animals, nearly all of our animal use can be justified only by habit, convention, amusement, convenience, or pleasure. To put matter another way, most of suffering that we impose on animals is completely unnecessary. For example, the uses of animals in entertainment, such as films, circuses, rodeos, and for sport hunting, cannot by definition, be considered necessary. Nevertheless, laws supposedly prohibit the infliction of unnecessary suffering on animals protect these activities. It is certainly not necessary for us to wear fur coats, or to use animals to test duplicative household products, or to have yet another brand of lipstick or aftershave lotion.
 
More importat in terms of numbers of animals used, however, is the animal agriculture industry, in which more than 8 billion animals are killed for food anually in the United States alone. These animals are raised under horrendous intensive conditions know as "factory farming", mutilated in various ways without pain relief, transported long distances in cramped, filthy containers, and finally slaughtered amid the stench, noise, and squalor of the abattoir. No one mantains that it is necessary for reasons of health to eat meat or animal products; indeed, an increasing number of mainstream health care professionals claim that these foods may be detrimental to human health. Moreover, respected environmental scientists have pointed out the tremendous inefficiencies and resulting environmental costs to the planet for animal agriculture. For example, animals consume more protein than they produce. For every kilogram (2.2 ponuds) of animal protein produced, animals consume an average of almost six kilograms, or over thirteen pounds, of plant protein from grains and forage. It takes more than 100,000 liters of water to produce one kilogram of beef, and approximately 900 liters to produce one kilogram of wheat. In any event, our only justification for the pain, suffering, and death inflicted on these billions of farm animals is that we enjoy the taste of their flesh."
 
Gary L. Francione
 
Tradução livre :
 
Embora expressemos desaprovação a respeito do desnecessário sofrimento animal, quase todos os usos que fazemos de animais podem ser justificados unicamente por hábito, convenção, diversão, conveniência ou prazer. Colocando de outra forma, a maior parte do sofrimento a que submetemos os animais é completamente desnecessário. Por exemplo, os usos de animais no entretenimento, tais como filmes, circos, rodeios e caça esportiva, não podem por definição ser considerados necessários. Contudo, as leis que supostamente proíbem a infração de sofrimento desnecessário sobre animais, protegem as atividades citadas. Certamente não nos é necessário o uso de casacos de peles, ou o uso de animais para testar duplicatas de produtos domésticos, ou ainda ter outra marca de batom ou loção pós-barba.
 
Mais importante em termos de números de animais usados, entretanto, está a indústria animal de corte, onde mais de 8 bilhões de animais são mortos anualmente somente nos EUA. Esses animais são criados em condições intensivas horrendas conhecidas como "fábricas de corte", onde são mutilados de diversas formas as quais não aplicam métodos para o alívio da dor, transportados por longas distâncias em containeres imundos e de espaço reduzido, e finalmente executados no interior de abatedouros fétidos, barulhentos e sórdidos. Ninguém sustenta a necessidade, por questões de saúde, de ingerir carne ou produtos animais; de fato, um cada vez maior número de renomados professionais da saúde destacam que esses alimentos podem ser nocivos à saúde humana. Ademais, respeitados cientistas ambientais tem destacado a tremenda ineficiência e resultantes custos ambientais ao planeta devido à pecuária. Por exemplo, animais consomem mais proteínas do que produzem. Para cada quilograma (2,2 libras) de proteína animal produzida, animais consomem em média quase seis quilogramas (ou cerca de treze libras) de proteína vegetal oriunda de grãos e forragem. Consome-se mais de 100.000 litros de água para produzir um quilograma de bife, e aproximadamente 900 litros para produzir um quilograma de trigo. Em todo caso, nossa única justificativa para a dor, sofrimento e execução aplicada a esses bilhoes de animais de corte é que nós gostamos do gosto de sua carne.